Ao longo dos anos em que o país viveu em ditadura, o São Luiz foi palco de diversas estreias de filmes e espetáculos, concertos, recitais e festas homenagens. A cidade passava pelo teatro e, muitas vezes, fixavam-se nas paredes as marcas e os nomes mais relevantes. Para um teatro que só se tornou público três anos antes da revolução, a sua história é reveladora de um lugar cheio de contradições, onde artistas que o regime vigiava se cruzavam com outros que o defendiam. Durante duas semanas vamos poder cruzar materiais que guardam as muitas histórias de um teatro que viveu paredes meias com a sede da polícia política. Cartazes, programas, fotografias de espetáculos, processos de censura, canções de filmes, adereços e figurinos, poemas e discursos, são trazidos para habitarem o teatro e permitirem ler uma história cheia de camadas de sentido, muitos deles por investigar. A exposição ocupa vários espaços do teatro para dar a conhecer 48 momentos em que a história do São Luiz se cruzou com a história política e a visão que um regime tinha, e permitia que se tivesse, da cultura.
Esta exposição é acompanhada por um programa especial onde investigadores de diferentes áreas analisam e interpretam cada um desses momentos, propondo-se ainda que as discussões que vão decorrer ao longo de todo o programa ecoem e convoquem muitos dos elementos aqui expostos.