No tempo atual, em que as sociedades contemporâneas insistem por uma aceleração exacerbada do quotidiano, em que as Artes Performativas são absorvidas por sistemas de produção que esvaziam o lugar de experimentação – o lugar do simples estar – este encontro entre André Uerba e Tony Weaver propõe uma rutura no sistema de trabalho paradigmático das artes performativas. Propõem-se reencontrar e transformar a ideia de trabalho, numa ideia de encontro. Olhar nos olhos do outro, e atravessar juntos territórios de medo, intimidade, desejo, autobiografia e práticas de libertação emocional. Entre olhares cruzados, interpretações e conversas interiores, emergem questões sobre a triangulação da comunicação e a sensibilidade do escutar para além do ouvir. Partem para este encontro com a vontade de saltar de paraquedas, de gritar – quase como um ato de deixar ir, abandonar – ou talvez como um ato de tocar (n)o chão.
A Tempo | Tríptico sobre o ócio
“Nunca nos vimos. Nunca trocámos uma palavra ou um gesto, mas sem saber, vamos passar três semanas juntos.” A Tempo é uma criação multidisciplinar em três atos, que desafia três duplas de artistas de diferentes linguagens, a trabalharem em torno do mesmo mote: a relação “ser e tempo”. Sem nunca se encontrarem, cada dupla trabalha para este objeto performativo comum que espelha em três eixos distintos – Comunicação, Espaço e Memória – a necessidade de repensarmos o tempo e a qualidade das relações. Com curadoria de Marco Paiva, A Tempo junta André Uerba e Tony Weaver (Comunicação), André Murraças e Mia Menezes (Espaço) e Raquel André e Aliu Baio (Memória).
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