Bodas de Sangue é um dos três espetáculos de Federico García Lorca que António Pires encena na Trilogia Dramática da Terra Espanhola. Um ciclo em três palcos, assegurado pelo mesmo elenco, como se de uma única obra se tratasse.
Nas suas últimas entrevistas, Lorca mostrava-se absolutamente convicto quanto à necessidade de um regresso, no seu projeto dramatúrgico, à atmosfera trágica mediterrânica, adiantando ao público os títulos das três obras que o efetivariam: Yerma, Bodas de Sangue e A Destruição de Sodoma. Infelizmente, o poeta não pôde levar a sua “missão” até ao fim. Hoje, as duas primeiras peças da trilogia, Yerma e Bodas de Sangue, figuram entre as obras-primas de García Lorca. A Destruição de Sodoma, por sua vez, resigna-se à incompletude que a limita apenas às suas primeiras linhas, contidas numa página única do manuscrito. Por se tratar de um diálogo coral, a cena inicial de A Destruição de Sodoma, apesar de curta, permite uma considerável aproximação com os coros de Bodas de Sangue e de Yerma, revelando, em alguma medida, aspetos globais do projeto trágico Lorquiano.
No ano em que a companhia do Teatro do Bairro escolheu a Arquitetura como disciplina para estabelecer o diálogo entre o Teatro e as diversas artes, convida os arquitetos João Mendes Ribeiro, que há muito desenvolve um trabalho regular com a companhia, João Nunes e Iñaki, e ainda Manuel Aires Mateus e Sofia Pinto Basto para pensarem os espaços cénicos desta trilogia.
Yerma, Teatro do Bairro (1h15)
A Destruição de Sodoma, Galeria Graça Brandão (20 min)
A primeira parte da Trilogia- Yerma e Destruição de Sodoma – está disponível para visualização na Sala Virtual do Teatro do Bairro. Bilhetes à venda em bol.pt.
Bodas de Sangue, Teatro do Bairro/Teatro São Luiz (1h30)
3 a 14 março
quarta a domingo, às 19h (disponível até às 24h)