Calderón é uma tragédia em verso, inspirada pela obra-prima do autor do século XVII Pedro Calderón de la Barca, A Vida é Sonho. No entanto, a atmosfera, o enredo e o contexto são radicalmente diferentes: estamos na Espanha franquista dos anos 60, entre despertares revolucionários e a lógica do poder parece deixar apenas espaço para a liberdade nos sonhos ou na pintura de Diego Velázquez. Pasolini faz um raio-x lúcido e impiedoso ao poder, à sua forma de se renovar e de permanecer antigo, às suas mudanças e estratégias. Um texto labiríntico onde múltiplos níveis e traços convivem num jogo contínuo e rico de ligações. Marcas que fazem de Calderón um texto denso, que interpela os espectadores a questionarem-se sobre a nossa existência na História. Um texto que, através dos sonhos, questiona desesperadamente a realidade.
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Un dramma composito in cui convivono reminiscenze da La vita è sogno – suggerite dal titolo che rimanda al suo autore – ritratto della società franchista e denuncia del fascismo. Una coesistenza di piani contenutistici e linguistici maneggiati con talento dal regista, al suo secondo felice incontro con Pasolini, qui lucidissimo nel ritrarre il pericolo dell’avvento di un nuovo totalitarismo.