Um espetáculo apocalíptico com objetos, marionetas hiper-realistas, atores e vídeo, cheio de humor, sobre os seres humanos surpreendidos pelas forças incontroláveis da natureza. Um dos grandes destaques do FIMFA Lx23. Dimanche faz o retrato de uma humanidade que está totalmente fora de sintonia com o seu tempo, apanhada no caos das alterações climáticas, numa criação invulgar, para nos contar uma fábula moderna, no limite do sonho e da realidade, sobre o aquecimento global e o desaparecimento das espécies.
Uma família prepara-se para passar o domingo em casa, uma tradição familiar. Apesar das paredes tremerem e da tempestade que parece estar apenas a começar, a vida continua e nada poderá perturbar o seu domingo… nem sequer uma onda de calor ou um dilúvio! Ao seu redor, tudo muda e desmorona-se, mas mesmo que a mobília derreta ou que o telhado voe, no caos de um colapso ecológico, observa-se como os seres humanos encontram sempre uma forma engenhosa de preservar os seus rituais diários, indo a extremos absurdos para preservar o seu conforto diário. Ao mesmo tempo, seguem-se as peripécias hilariantes de uma equipa de repórteres da vida selvagem que viaja pelo mundo, na preparação de um documentário sobre as últimas espécies de animais a habitar o planeta Terra.
O ambiente visual e singular de Dimanche lembra o imaginário dos filmes de Wes Anderson, cheio de surpresas e humor. As companhias Focus e Chaliwaté juntaram-se para escrever e criar um espetáculo surpreendente e comovente sobre a emergência climática. Divertido e trágico, tal como o nosso mundo.
Prémios
-Dois Prix Maeterlinck de la Critique 2020 – Melhor Espetáculo e Melhor Criação Artística e Técnica.
-Em 2018, as companhias Focus & Chaliwaté apresentaram Backup no Edinburgh Festival Fringe, uma versão mais pequena de Dimanche, que recebeu o Total Theatre Award.
BIO
Cie Focus – Julie Tenret formou-se no INSAS – Institut Supérieur des Arts de Bruxelas. Em 2009 participou nas Squattages poétiques da Cie Gare Centrale e criou Fragile com Isabelle Darras, um espetáculo com atores, objetos e marionetas, dirigido por Agnès Limbos. Fragile recebeu uma menção especial pela sua sensibilidade, força e compromisso no Rencontres de Théâtre Jeune Public de Huy em 2009, e teve cerca de 250 apresentações.
Em 2011 fundou com Isabelle Darras a companhia Night Shop Théâtre. Criou o espetáculo Silence em 2013, que recebeu o Prix de la Ministre de la jeunesse e o Coup de foudre de la presse no Rencontres de Théâtre Jeune Public de Huy 2013. Foi apresentado no Théâtre des Doms, durante o Festival de Avignon de 2014, e recebeu o Prix de la Critique Jeune Public em 2015. Silence já foi apresentado mais de 350 vezes.
Cie Chaliwaté – Criada em 2005 por Sicaire Durieux e Sandrine Heyraud, a companhia Chaliwaté já fez mais de 600 apresentações em cerca de vinte países em todo o mundo. O trabalho artístico da companhia caracteriza-se pelas diferentes formas de abordar a arte da mímica, para criar espetáculos físicos e visuais.
O seu primeiro espetáculo Joséphina foi criado em 2009. Ganhou vários prémios no Canadá, México e Espanha e foi nomeado para o Prémio Maeterlinck, em 2013, na categoria “Revelação”.
Em 2011, o espetáculo Îlo, dirigido ao público jovem, foi apresentado no Rencontres Jeune Public de Huy, na Bélgica, onde recebeu vários prémios. Foi selecionado para ser apresentado no Théâtre des Doms, no Festival de Avignon de 2012, e logo depois inicia a sua digressão nacional e internacional. Îlo teve mais de 350 apresentações. A última criação da companhia, Jetlag, foi incluída no programa Belgian Asspropro e teve cerca de 80 apresentações, para além de ter sido nomeada para o Prix Maeterlinck, na categoria de Melhor Espetáculo de Circo.
