A pretexto da comemoração dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães, Miguel Pereira cria um espetáculo que reflete o legado e as consequências desse feito na nossa História. Partindo do encontro e da colaboração com artistas de alguns dos países que fizeram parte do percurso de Magalhães, como Portugal, Brasil, Uruguai e Chile, promove-se uma pesquisa artística que reflita sobre que dança necessitamos ou precisamos de fazer juntos, cruzando a identidade cultural e pessoal de cada um dos intervenientes na tentativa de rediscutir modos de colonização e de relação de uns com os outros. “Há certamente bastantes reflexões e ilações a fazer no âmbito político, cultural e histórico de todo este processo, mas sem dúvida que a nível artístico pode proporcionar um território bastante fértil para nos questionarmos enquanto povo, cultura e sociedade, de onde vimos, o que somos e o que nos constitui, e como projetamos o futuro”, escreve o coreógrafo.
O espetáculo , que deveria ter estreado primeiro em 2020 e depois em 2021, acabou por dar lugar a este filme/documento, devido à pandemia, servindo por um lado para partilhar esta viagem e, ao mesmo tempo, ao revisitar o passado, tenta projetar e entrever uma possibilidade de futuro.