Na música, é costume dizer que os acordes maiores são alegres e que os menores são tristes. Também é costume dizer-se que as despedidas são tristes, e que as celebrações são alegres. Ora, nem sempre é assim. Um acorde maior pode ter em si toda a tristeza do mundo, tal como podemos encontrar num menor todo o oposto. Se as despedidas são tristes, será porque implicam que nos separamos de algo que foi bom, que nos marcou. As celebrações, por outro lado, também costumam ter em si a melancolia, nem que seja porque sabemos que eventualmente terminam e tudo volta ao normal. Este concerto não é, portanto, nem uma celebração, nem uma despedida. É um encontro para a gigante família dos Dead Combo – que os acompanhou, no palco e no público, ao longo de muitos anos. É também um espaço para abraçar a alegria e a tristeza – a alegria de contar um legado rico e inesquecível, com a tristeza da ausência do nosso amigo Pedro Gonçalves, que apesar de nos ter deixado, na música e nas memórias, está sempre connosco.