FILO-LISBOA 2021 – filolisboa2021.pt
Criatividade é a inteligência a divertir-se.
Albert Einstein
A filosofia antecipou o que a arte conquistou na contemporaneidade: a ubiquidade. Se arte hoje pode ser tudo ou estar em tudo, a filosofia sempre esteve em todo o lado. Fará pois sentido considerar a filosofia a primeira criação de arte contemporânea da história da humanidade porque talvez faça também falta chamar a mais coisas “filosofia”.
Nesta edição de Filo-Lisboa, resultado de uma associação entre três estruturas de três países diferentes (Alemanha, França e Portugal), a filosofia irá tomar conta dos vários espaços do Teatro Municipal São Luiz, espalhando-se por palcos, plateias, ecrãs e foyers. Numa relação que se pretende quotidiana e descomprometida, busca-se a acessibilidade sem facilitismo e sem abdicar da diversão.
Com curadoria de Teatro Praga e do filósofo e professor André Barata, poderá assistir, durante um dia inteiro, a conferências para crianças, leituras de livros, conversas com artistas, debates de filosofia ou ver espetáculos em torno da relação entre filosofia e criatividade. Junta-se assim filosofia e arte como se nunca tivessem ocupado campos distintos, com contribuições em língua alemã, francesa e portuguesa.
Para viver um dia cheio de perguntas.
Um programa pensado pelo Teatro Praga e André Barata.
Espaço cénico de Bruno Bogarim.
MANHÃ
10h30-12h30
Sala Mário Viegas
TRIBUTO: ‘FAZER UMA CANÇÃO’
Homenagem a José Barata Moura por Alex d’Alva Teixeira
para escolas primeiro e segundo ciclo e público em geral
11h-12h
Vamos ouvir algumas das famosas músicas do cancioneiro infantil do filósofo José Barata Moura através das histórias de Alex d’Alva Teixeira e ficar a saber o que se passa dentro da mioleira, como se faz uma música e que fungagá vem a ser este afinal. Vamos cantar até ficarmos roucos!
Escolas 6-12 anos
Sala Bernardo Sassetti
A IDADE DOS PORQUÊS
Conferências para crianças
Para escolas 3º e 4º ano e público em geral
10h30 Isto é cocó. (Sobre o feio) por Vanessa Martins
11h30 Quem pensa aqui sou eu! (Sobre a interpretação) por Dina Mendonça
Crescer é viver em porquês. Porquê isto e porquê aquilo? Nestas conferências vamos dar a volta à cabeça de pequenos filósofos. O que torna uma coisa feia? O que é arte afinal? Porque é que não se gosta de uma coisa? Como é que me vou conseguir expressar? Filósofas crescidas e sábias partilham a sua explicação e respondem a todas as dúvidas. Isto sim vai ser um quebra-cabeças!
TARDE E NOITE
(17h30-23h30)
Sala online
RUA DE SENTIDO ÚNICO
A partir das 17h30
transmissão online em filolisboa2021.pt
Leitura de parte da obra de Walter Benjamin, Rua de sentido único.
Dedicada ao seu amor, Asja Lācis, Rua de sentido único, do filósofo Walter Benjamin, relata a experiência dos dois abordando e cruzando tópicos tão diversos como a infância ou o moralismo revolucionário, acabando num hino ao cortejo tecnológico da natureza e êxtase sexual. Para que não seja esquecida, convidámos várixs filósofxs e artistas a reavivar esta viagem. As suas vozes doces levam-nos ao passado e, por isso, a um por-vir.
Sala Bernardo Sassetti e Sala Mário Viegas
FRENTE-A-FRENTE: ARTE E FILOSOFIA
Conversas entre filósofos e artistas acerca da obra de artistas.
presencial com transmissão online
Por vezes, na filosofia, escolhem-se obras de arte para ilustrar teorias. Aqui será justamente o contrário. Desafiamos a filosofia a ilustrar as obras e a partilhar com artistas os seus pensamentos, dúvidas e provocações. Performance, livro, música e filme, tudo vale neste frente-a-frente. Debates raros com direito às obras artísticas. Isto sim, é luxo. É aproveitar!
Sala Bernardo Sassetti
17h30-18h15 A poesia de Yara Monteiro à conversa com Maribel Mendes Sobreira – bilhetes aqui
19h00-20h30 Um filme de André Godinho à conversa com João Constâncio (antecedido pelo filme Ponto-Morto, de André Godinho) – bilhetes aqui
Sala Mário Viegas
17h30-18h45 Uma performance de Susana Mendes Silva à conversa com António Guerreiro (antecedido pela performance Ritual, de Susana Mendes Silva) – bilhetes aqui
19h30 A música de Filipe Sambado à conversa com Nuno Fonseca – bilhetes aqui
Sala Luis Miguel Cintra
DEBATES
bilhetes aqui
1. Pode mesmo a arte transformar o mundo?
18h
online (filósofos) e presencial (filósofa portuguesa, anfitrião e público)
Interpretação em português, francês, alemão e Língua Gestual Portuguesa
Com Boris Groys, Béatrice Joyeux-Prunel (online) e Catarina Pombo Nabais (presencial).
Anfitrião: André Barata (presencial)
Numa famosa tese, transformar o mundo, e não apenas interpretá-lo, era o que se pedia aos filósofos. Talvez ainda mais a arte, porque interpreta a transformar. E talvez sem que se possa saber sequer se faz assim do mundo outro melhor. Contudo, e voltando à célebre tese, talvez seja o contrário: sobretudo hoje, é preciso não apenas transformar o mundo, mas interpretá-lo. Mas ficam as perguntas. Porque está a transformação do mundo precisada de uma transformação? E será a arte capaz de tanto? E, antes ou depois de tudo, queremos realmente esperar alguma coisa da arte?
2. Como nos vamos entender com o mundo?
20h
online (filósofa portuguesa) e presencial (filósofos e anfitrião)
Interpretação em português, francês, alemão e Língua Gestual Portuguesa
Com Peter Trawny, Yves Michaud (presencial) e Luísa Semedo (online)
Anfitrião: André Barata (presencial)
A crítica aos tempos modernos exigiu uma pós-modernidade, mais modesta e atenta à vulnerabilidade que encontramos. Mas, no chão debaixo dessa crítica, os meios da modernidade aceleravam indiferentes. A era pós-industrial tornou-se hiperindustrial e, a aceleração global, com a força de inércia de uma massa planetária, tornou-se imparável, deixando cicatrizes antropocénicas e impondo a ameaça do colapso de todas as possibilidades de coexistência. Terá, pois, a crítica ido suficientemente longe ou, pelo contrário, não teremos sido suficientemente modernos? Ou, talvez, não sejam estas a dicotomia e a pergunta mais interessantes. É ainda possível fazermos perguntas críticas de maneira que produzam efeitos? A filosofia tem ainda a potência de pôr perguntas radicais, que voltam ao princípio? Como esta, decisiva: Como nos vamos entender com o mundo, os outros, as coisas, até a simples matéria, para coexistirmos?
Sala Luis Miguel Cintra
22h
CONCERTO: Mário Laginha
presencial com transmissão online
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A obra musical de Mário Laginha é única no seu cruzamento de influência e intersecção de estilos. Para o fim de noite do Filo-Lisboa, o pianista e compositor dará um concerto onde, entre relatos sobre o seu processo criativo e temas seus, ouvimos ecos de melodias da história da música alemã e francesa. Os seus dedos vão percorrer quilómetros na topografia do teclado. E com ele somos brindados com uma viagem musical.
Sala Mário Viegas
22h30
ESPETÁCULO
O que podemos dizer de Pierre, de Vera Mantero
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No solo O que podemos de dizer de Pierre, a coreógrafa Vera Mantero improvisa ao som de uma aula do filósofo francês Gilles Deleuze sobre o filósofo holandês Espinosa. Vera Mantero somatiza o pensamento e sonoridade tornando a aula carne em movimento. Uma performance icónica a não perder!