A Síndrome do Impostor é uma herança ancestral é um trauma intergeracional.
Ontem, tinha tanto fogo que tive de me deitar na relva, com as palmas das mãos no chão.
Queria deixar de sentir o meu corpo a queimar tanto.
Ter-me-ei transformado no meu próprio mecanismo de compensação?
Auto-saboto-me por ter imensas opiniões sobre o amor que recebo.
Mas não posso receber apenas amor, quem
raio consegue isso?
Estou tão cansada.
Estou tão cansada.
(Não me conheço sem o meu cansaço.)
Quem me dera poder escrever antes da minha própria crítica antes deste sentido de dignidade hegemónico interiorizado.
Antes do sentimento de não ter pensado em tudo, de não ter considerado todas as coisas potencialmente catastróficas e as formulações passíveis de tudo destruir. Eu.
Porque é tão confuso. Sim. Nasci numa segunda-feira.
Giorgia Ohanesian Nardin
gisher | Գիշեր é um vídeo para um espaço de performance. No centro estão imagens que multiplicam e decompõem o ato de olhar, propondo a quem vê que se Oriente. Encontram-se palavras escritas e ditas, oferecidas e traduzidas, lidas e ruidosas. Gisher é o ato de alimentar, de manter aceso, de queimar.
Giorgia Ohanesian Nardin é artista, faz investigação independente e é ativista queer de ascendência arménia. Com formação em dança, o seu trabalho existe nas formas de movimento, vídeo, texto, coreografia, som, encontros e negociações com narrativas de hostilidade, repouso, fricção, sensualidade e de cura.