Sónia Baptista escreveu o que se segue em 2002, por altura da estreia deste espetáculo: “Os haikus escrevem-se em japonês com poucas palavras, uma simplicidade aparente carregada de sentido como tantas coisas pequenas cujo o significado transcende a sua pequenez. Os meus haikus respiram e constroem-se com uma resistência à prova de quase tudo. Os meus haikus são balões blindados. Os meus haikus são teimosos, tomam-me a cabeça de assalto e depois não há maneira de os fazer arredar pé. Os meus haikus são histórias daquilo que é mesmo importante, do que me oxigena o cérebro e acaricia o coração. Atrás de um haiku vem sempre mais um haiku e o meu corpo vai-se desdobrando como um enorme lençol dizendo coisas sem as dizer.” Hoje, sabe onde estava a sua cabeça, sabe que praticava a candura para domar o medo que existia lá. Quase vinte anos depois não sabe se se reconhece, mas tenciona descobrir onde essa candura, ainda, em si está.
Haikus (2002)
Sónia BaptistaRECUPERAR O CORPO
10 e 11 novembro
quarta e quinta, 21h
Sala Bernardo Sassetti
50'
€7
M/16
Descrição
Ficha Técnica
Conceção, Escrita e Interpretação Sónia Baptista Vídeo Rui Ribeiro Desenho de luz Pedro Machado Apoio técnico (2021) Raquel Melgue Produção Bomba Suicida Coprodução Danças na Cidade