Meio no Meio é a nova criação de Victor Hugo Pontes, que reflete um processo de três anos com um grupo intergeracional proveniente de quatro territórios – Almada, Barreiro, Lisboa, e Moita – ao qual se vieram juntar outros intérpretes profissionais, num trabalho que combina e retrata diferentes percursos artísticos dos que estão em cena. Acompanhando a vida destes participantes ao longo de três anos, atravessados por uma pandemia, Meio no Meio parte das ideias de percurso e de expectativa; de memória e autobiografia; e do movimento incessante de corpos levados ao limite por Victor Hugo Pontes, na sua linguagem coreográfica tão singular. O título do espetáculo decorre de um espaço de possibilidade (o meio) e dos caminhos que se abrem diante de uma espécie de clareira (esse tal meio). Às vezes, chama-se “futuro” a esses caminhos, ou somente “vida”, ou “destino”, ou uma dessas palavras que designa o que aí vem. O espetáculo não deixa de questionar, também, a forma como organizamos e contamos o nosso passado e o apontamos ao futuro por vir. Meio no Meio usa a documentação e (auto)reflexão sobre cada uma das vidas retratadas em cena, para construir um mapa afetivo de memórias e possibilidades, fixadas no texto de Joana Craveiro. Tudo isto, ao som da música intensa, mas também intimista, guerreira e libertadora dos Throes + the Shine, que era a música pedida por aqueles corpos.
Em paralelo com a apresentação da peça “Meio no Meio” de Victor Hugo Pontes, realizam-se as conversas Arte Participativa – Um Espaço Para Todos, no dia 24 de outubro, que contam com a participação de diferentes agentes da comunidade artística.