Mironescópio: A Máquina do Amor: um espectáculo de pequenas formas inspirado nos antigos Peep Shows, os quais possuíam no século XVIII ou XIX uma conotação muito mais inocente do que a actual. Os Peep Shows, também denominados de Raree Show (França: Boite d’Optique; Holanda: Rarekiek; Itália: Mondo Nuovo), remontam a tempos ainda mais antigos (século XV na Europa, com Leon Battista Alberti e Filippo Brunelleschi) e são conhecidos em várias culturas. Foram inicialmente uma curiosidade científica e podem ser encontrados vários modelos desde a Renascença até ao século XIX.
Um Peep Show consiste numa caixa, com um ou mais buracos, por onde se espreita, e que pode, ou não, ter uma lente. No seu interior são exibidas imagens, uma cena em miniatura, por exemplo, pintada ou construída em perspectiva, com ou sem efeitos especiais, objectos, pessoas, entre outros. Os Peep Shows eram transportados por artistas itinerantes e apresentados em feiras, nas ruas de cidades, mas também podiam servir de decoração numa sala. Embora por vezes apresentassem atracções eróticas, eram na verdade um entretenimento para o público em geral, de todas as idades, que muitas vezes podia ver pela primeira vez imagens de outros povos, cidades ou países. No século XVIII tornaram-se mesmo um divertimento bastante popular na Europa, nos Estados Unidos da América, no Japão e na China. O espectáculo era geralmente acompanhado por narração ou dramatização do que se passava no seu interior. Estes artistas itinerantes, para chamar a atenção do público, utilizavam muitas vezes animais ou marionetas, para além de instrumentos musicais ou outras habilidades. Os Peep Shows foram também precursores dos Teatros de Papel, com cenários movíveis e figuras de papel, muito populares no século XIX.
