O São Luiz foi sempre palco para muitas conferências. Na sua história foram vários os momentos em que a palavra dita não foi a palavra encenada e, por isso, o que se dizia tinha como missão uma partilha e uma instigação com outros desafios. Na abertura de Mais um dia reflete-se sobre a palavra enquanto motor de ação e, através dela, catalisador de projeções múltiplas.
O programa compreende dois momentos distintos. Primeiro, o investigador e encenador Sérgio de Carvalho (Brasil) observa as dimensões políticas do teatro e o modo como se pode distinguir entre a ação política e o teatro político, numa reflexão sobre o poder da palavra, a intencionalidade do gesto, a construção de metáforas e os papéis públicos e sociais daqueles que estão frente a frente, no palco e na plateia. Depois, refletimos sobre diferentes modos de censura e de resistência e os impactos produzidos na construção de um património artístico, político e social, com investigadores que são o exemplo de como se pode contar uma mesma história de modos distintos, todos eles com reflexo na análise das práticas censórias no regime ditatorial português.