O Cerejal, última peça escrita por Tchékhov, foi encenada pela primeira vez, em 1904, por Stanislavski, surpreendendo o autor, que terá visto uma tragédia quando pensava ter escrito uma comédia com alguns elementos de farsa. Ali se fala do fim a vida, do fim de um ciclo político, do fim da paz – fins que causam medo, despoletam urgências e fugas várias, dominam inconscientes, determinam comportamentos. Para a encenadora Sandra Faleiro, a peça espelha uma consciência que também nos habita hoje, a do fim iminente de um paradigma. “De alguma forma, também nós sabemos que os modelos económicos e os modos de vida que mantemos terão de ser alterados, que as mudanças climáticas em breve se tornarão irreversíveis, que as migrações em virtude da seca e da fome aumentarão, e que o equilíbrio do planeta se encontra ameaçado, sem que pareçam emergir soluções, necessariamente globais, que tentem reverter esta situação”, escreve, numa reflexão que a leva a interrogar-se sobre que lugar deverá o teatro ocupar neste panorama.
O Cerejal
De Anton Tchékhov Encenação Sandra Faleiro17 a 25 julho
segunda a domingo, 20h
Sala Luis Miguel Cintra
2h aproximadamente
€12 (com descontos)
M/12
24 julho
sábado, 20h
Legendagem em inglês
23, 24 e 25 julho
sexta, sábado e domingo, 20h
Descrição
Ficha Técnica
Encenação e Conceção plástica Sandra Faleiro Assistência de encenação Alice Medeiros Interpretação Ana Valentim, Cristina Carvalhal, Cucha Carvalheiro, Inês Castro Dias, Joana Campelo, José Leite, Nuno Nunes, Paulo Pinto, Pedro Lacerda, Vítor d’ Andrade e Sandra Faleiro Desenho de luz Rui Monteiro Sonoplastia Sérgio Delgado Produção executiva Sofia Bernardo Coprodução Causas Comuns e São Luiz Teatro Municipal /// A Causas Comuns é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes. /// O Teatro São Luiz/EGEAC é parceiro no Projeto Europeu Inclusive Theater(s).