O Fim parte do encontro do texto inédito A Velhice, de Gonçalo M. Tavares, com o desejo da Momento – Artistas Independentes de trabalhar temas como a Morte, o Fim e a própria Velhice. Quatro almas vagueiam por o que é, aos nossos olhos, uma sala de espera de um hospital. Cada uma tem uma razão muito forte para ali estar e, talvez, para habitar aquele espaço para todo o sempre, como se congelassem o instante lúcido em que se apercebem estar mais próximas da Morte – a fiel companheira. Ecoando como um grito de desespero, de loucura, de força e de vulnerabilidade, as transformações nas suas vidas individuais passadas coletivamente naquela sala branca acabam por revelar que, na verdade, só a Morte é o verdadeiro melhor amigo do Homem. Assim, do pálido realismo ao saturado surrealismo, o espetáculo representa as fases da vida que forçam o recordar daquilo que, como seres humanos, melhor gostamos de esquecer: a efemeridade da vida. Será apenas coincidência o facto de irmos ficando todos “xexés” à medida que nos vamos esquecendo de esquecer? E que doloroso é relembrar que estamos só a uma palavra do nosso próprio fim.
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