“A história decorre em Roletemburgo, num hotel, na Alemanha, num ambiente de casinos. A nossa inspiração manter-se-á nesse universo e é essa a imagética em que mergulhamos”, dizia o encenador Gonçalo Amorim no início desta temporada e antes do trabalho d’O Jogador se começar a precipitar e a concretizar. Este é um espectáculo fruto de um processo longo, pelo qual passam a adaptação da obra literária do autor russo Fiódor Dostoiévski e um clube de leitura que permitiu alargar o processo além da equipa criativa.
Hoje, volvidos vários meses, Gonçalo Amorim reflecte: “Em O Jogador, espectáculo em quatro episódios construído a partir do romance de Dostóievski, há um trabalho sobre o tempo: tempo nosso que dividimos a acção do romance em episódios e lhe brincamos com os momentos de aceleração e de suspensão, deixando-nos absorver pela intriga. Tempo das personagens que se encontram em Roletemburgo, espaço aparte do mundo, organizado em torno da vertigem da Roleta. E tempo da Cidade, a quem propusémos um Clube de Leitura que durou vários meses, e a quem agora desafiamos que se organize como melhor lhe convier e participe num espectáculo de teatro em formato blockbuster. (…)”.
Em O Jogador, o vício formula-se no formato: esta peça de teatro assume o formato ‘série’. São quatro episódios que podem ser vistos em sequência, ou não, só de uma vez ou não.