Estreia da ópera resultante da 2ª. edição do concurso Ópera em Criação.
Numa estação de metro abandonada pelos vivos, uma jovem suicida quer pôr termo à vida com um revólver. Ela perdeu a memória de quem é ou de quem foi e apenas é movida pela ideia insistente do seu próprio suicídio. Neste cais subterrâneo onde os comboios já não passam, encontram-se também outras personagens, mas nenhuma sabe o que as atrai ali, naquele espaço inóspito. São fantasmas de mulheres escritoras que experimentaram o suicídio: Florbela Espanca, Virginia Woolf, Sylvia Plath, e Sarah Kane. Também Agatha Christie está entre elas, procurando desvendar o enigma. Mas todas desconhecem a identidade misteriosa da jovem suicida e talvez nela esteja a chave que as liberte deste estranho limbo, onde o canto é a linguagem que as revela entre si. Será necessário decifrar o nome da estação de metro desactivada, para perceber quem é afinal a jovem solitária que a todos assombra…
Nesta ópera (com prelúdio e um acto) para seis cantoras, efabula-se sobre as ligações entre criação poética e pulsão de morte, numa séria e lírica paródia que dá voz a ícones femininos, habitantes do nosso consciente colectivo.