Como se relacionam as trabalhadoras imigrantes com as famílias para as quais trabalham? E como são afetadas por essa relação? Como se vive a necessidade de deixar o seu lar para cuidar do lar de outros? Como se relaciona um país com os imigrantes que acolhe? Em Pêndulo, Marco Martins trabalha com um grupo de mulheres cuidadoras e empregadas domésticas cujas vidas são pautadas pelo movimento pendular: entre a periferia e o centro da capital (Lisboa), entre a sua casa e a casa de quem as emprega, e entre o país de origem e o país de destino, Portugal. Pêndulo incide sobre a natureza do trabalho doméstico, para falar das relações familiares, do confronto entre diferentes modos de vida, contextos, expectativas, sonhos e quotidianos. A criação, na linha do trabalho cénico desenvolvido nos últimos anos por Marco Martins, baseia-se na participação e empenho de um grupo de atores não profissionais. Abre espaço para as histórias dos que são diretamente confrontados com a precariedade implícita no devir económico e social do mundo.