Paz, pão, trabalho, educação querem dizer o quê, mais propriamente? Em Quinta-feira: Abracadabra, quarta criação do projeto Sete Anos Sete Peças, Cláudia Dias e Idoia Zabaleta dão novos usos a palavras gastas. Partem do zero para voltar a combinar com as pessoas presentes os significados mínimos de cada palavra. Paz, pão, trabalho, educação querem dizer o quê, mais propriamente? Demonstrando a verdadeira relação entre as coisas e as palavras, buscando os nomes ocultos da injustiça, da desigualdade e da opressão, as artistas procuram as palavras mágicas para mover corpos, e mundos. No final do espetáculo, convida-se o público para uma conversa com as criadoras.
No Teatro São Luiz, Cláudia Dias apresenta os cinco espetáculos do seu projeto Sete Anos Sete Peças, iniciado em 2016. Cada espetáculo, concebido com um parceiro ou parceira artística diferente, leva o nome de um dos dias da semana, seguido de um subtítulo, e faz a ligação entre artistas, pensadores, países e cidades, passado, futuro e presente, arte e ação política. O todo é maior que a soma das partes. Seguir cada peça e acompanhar a sequência é uma experiência diferente de ver cada uma delas, isolada ou alternadamente. Cinco peças mais uma, essa formada pelo todo; ou ainda inúmeras outras, resultantes das várias combinações possíveis e da coleção particular que cada um queira e possa fazer. No São Luiz, os espetáculos complementam-se com um ciclo de conversas e uma oficina do ilustrador António Jorge Gonçalves, responsável pelo desenho e grafismo dos livros deste projeto.
Conversas Dias Úteis – A arte da diferença
Moderadoras: Catarina Pires e Raquel Lima
Artista: Idoia Zabaleta
Convidadas: Sandra Benfica e Teresa Coutinho
Quinta-feira é sobre mulheres e palavras e o poder de umas e outras (palavra é feminino, já repararam?). De que mulheres falamos quando falamos de mulheres? Há palavras a mais ou a menos? Em que medida são instrumentos de projetos políticos? E na luta das mulheres pela igualdade: são emancipadoras ou aprisionam? Empoderam ou enfraquecem? Mobilizam para a luta ou condicionam-na? E os silêncios? São de ouro ou nem por isso? Como é que os artistas podem manuseá-las no sentido de encontrar respostas e abrir caminhos? E o público deve ser chamado a tomá-las ou apenas a ouvi-las? Abracadabra. A artista Idoia Zabaleta e pessoas convidadas usarão da palavra para debater o lugar das mulheres e das palavras, hoje, em toda a sua diversidade.
O Teatro São Luiz informa que as conversas após espetáculos serão gravadas para posterior transmissão online.