Recuperar o Corpo é uma reunião de solos de um conjunto de artistas cujas atuações, projetadas para palcos que normalmente não o são (casas de banho, caves de antigos bares, latoarias…), surgem marcadas pela relação entre arte e corpo e pela necessidade de entender o ser humano e a sua relação com o seu corpo próprio. Neste projeto, dirigido por Miguel Bonneville, juntam-se espetáculos de Carlota Lagido, Maria Duarte e João Rodrigues, Odete, Rita Só e Mónica Calle, Sónia Baptista, Tiago Barbosa e Tiago Vieira. Todos se reúnem num tema abrangente: o do corpo do intérprete-criador, a partir da premissa de que não há arte sem corpo. Ao fazê-lo, existe como grande propósito a recuperação de um corpo estético pré-reflexivo que faz da sua existência uma contemplação desveladora da sua loucura, em oposição ao pensamento geral que pensa que, no desvelar da loucura, aquilo que se vai encontrar é essencialmente um corpo depressivo ou violento. O corpo aqui é um corpo singular que é experimentado na primeira pessoa e que se rebela para não se deixar reduzir ao ponto de vista exterior e geométrico que o coloca no espaço e o domestica. No limite, estes solos poderiam ser extensões uns dos outros. Revelam-nos o imaginário de artistas que não se deixam aprisionar.
30 e 31 outubro
Julieta Bebe uma Cerveja no Inferno (2018), Tiago Vieira
6 e 7 novembro
A Balada de Amor e Morte do Porta Estandarte Christoph Rilke (2018), Maria Duarte e João Rodrigues
Anita Escorre Branco (2018), Odete
notforgetnotforgive (1999), Carlota Lagido
10 e 11 novembro
Haikus (2002), Sónia Baptista
13 e 14 novembro
Interior (2004), Rita Só e Mónica Calle
A Grande Sombra Loira (2013), Tiago Barbosa
14 novembro
Conversa com artistas e Publicação