Terra Batida é uma plataforma mutante que busca mobilizar saberes e fazeres em torno da violência ecológica em diferentes contextos territoriais, coordenada por Rita Natálio. Este ano, numa colaboração já regular com o Alkantara Festival, a proposta é oferecer um encontro educativo e nutritivo em torno de florestas, reunindo artistas e cientistas do Brasil e Portugal com trabalho significativo que acompanham processos de desflorestação e monocultura, mas também estratégias de regeneração. Se em Portugal, “paisagens em ruína” (Tsing) são o resultado do cultivo intensivo de eucaliptais, do êxodo rural, e dos megaincêndios como os de Pedrogão Grande, no Brasil, territórios marcados pela remoção forçada de populações indígenas e pelo agronegócio, contrastam com uma pulsante megadiversidade, que continua a evidenciar a potência política e social de se viver e trabalhar numa “floresta de pé”. Num tom de encontro e círculo de estudos, Refloresta decorre com uma escola livre para um grupo de participantes, tendo os processos artísticos como base do encontro e discussão coletiva. No final de cada dia, decorre um programa de apresentações públicas, abertas ao público em geral. Terá ainda lugar uma formação online com Geni Núñez, ativista indígena e psicóloga que tem inspirado reflexões instigantes sobre as relações entre reflorestação e não-monogamia, e que guiará a jornada Reflorestamentos afetivos: pistas para descolonização.
A Escola Refloresta Livre conta com o arquiteto Paulo Tavares que intervém em diferentes contextos florestais sul americanos com iniciativas que questionam o campo das “naturezas visuais” e dos direitos não-humanos; Helen Torres e Zoy Anastassakis que farão uma abordagem a ferramentas da ficção especulativa, práticas de leitura e escrita, e teorias da antropologia multiespécie; Paulo Pimenta e Castro coautor do livro “Portugal em Chamas – Como Resgatar as Florestas” (2018) e o projeto À Escuta, iniciativa desenvolvida no Parque Natural da Serra da Estrela e sua envolvente por Joana Sá, Luís J Martins, Corinna Lawrenz e Nik Völker. Terá ainda lugar uma formação online com Geni Núñez, ativista indígena e psicóloga que tem inspirado reflexões instigantes sobre as relações entre reflorestação e não-monogamia, e que guiará a jornada “Reflorestamentos afetivos: pistas para descolonização”.
Este programa é uma primeira introdução à pesquisa e à partilha de saberes sobre as florestas portuguesas e seus conflitos, a partir de uma perspectiva transdisciplinar, que prepara uma residência mais completa da rede Terra Batida, na região Centro, em 2023, em parceria com o Município do Fundão.
PROGRAMA
Reflorestamentos Afetivos e Casa Floresta
18 novembro
sexta
Workshop
Reflorestamentos afetivos: pistas para a descolonização por Geni Núñez
Formação online, das 15h às 17h
Mais informações abaixo em FAQs.
Conferência
‘À Escuta: Casa Floresta’ com o coletivo A’Escuta – bilhetes aqui
O colapso do modelo económico associado ao eucalipto com Paulo Pimenta Castro e moderação de Rita Natálio
Sala Mário Viegas, das 18h às 19h30
REFLORESTA
19 novembro
sábado
Workshop
Espaço é direito, arquitetura é advocacia, com Paulo Tavares
Sala Bernardo Sassetti, das 15h às 17h45
Conferência
Reparações, com Paulo Tavares e moderação de Rita Natálio – bilhetes aqui
Sala Mário Viegas, das 18h às 19h30
O FOGO E A FLORESTA
20 novembro
domingo
Workshop
‘O fogo e a floresta: experimentos de difração, fabulação e especulação’ por Helen Torres e Zoy Anastassakis
Sala Bernardo Sassetti, das 15h às 18h
Conferência
‘O que nos contam as florestas em chamas? Histórias de ruínas e ressurgências em fricção’, com Helen Torres e Zoy Anastassakis e moderação de Rita Natálio – bilhetes aqui
Sala Mário Viegas, das 19h às 20h30
FAQs
O que é a Escola Refloresta Livre?
A Escola Refloresta Livre é um programa de 3 dias organizado pela plataforma Terra Batida.
O programa é composto por 3 workshops acessíveis mediante inscrição prévia e 3 conferências de acesso público. As atividades do programa acontecem ao longo das tarde dos dias 18,19 e 20 de novembro.
Em que consiste a escola?
A escola dedica-se à pesquisa e à partilha de saberes sobre florestas e seus conflitos, em Portugal e no Brasil, a partir de uma perspectiva transdisciplinar. Serão feitas partilhas de ferramentas, ativação de práticas artísticas, apresentações de projetos em curso e debates.
Como posso participar nos workshops?
A participação nos workshops é feita mediante inscrição obrigatória via formulário google.
Podes aceder ao formulário AQUI
Pedimos que as pessoas inscritas possam participar nos três workshosps em pelo menos uma conferência. É por isso dada prioridade de acesso a quem possa participar no maior número de atividades.
Os workshops têm uma capacidade máxima de 50 pessoas. E as pessoas inscritas têm lugar garantido nas conferências.
Posso assistir apenas às conferências ?
Sim, para assistires às conferências basta reservar o teu bilhete na bilheteira online, no dia anterior à conferência, ou levantar na bilheteira do São Luiz Teatro Municipal no próprio dia do evento.
A lotação é limitada à capacidade da sala.
Qual o custo da Escola Refloresta Livre ?
Todas as atividades da Escola são gratuitas.
Para participar tenho que ter alguma formação prévia?
Não. É uma proposta para todas as pessoas.