Desafiámos o Teatro Praga a conceber um espetáculo que acompanhasse a efeméride dos 125 anos do São Luiz. Considerando adequado passar musicalmente pela história de uma sala de teatro que viveu o cinema mudo que começa a ser sonoro, que viu Antoine e Sarah Bernhardt, Amélia Rey-Colaço e Almada Negreiros, fogos e reconstruções e que foi rebatizada por três vezes, a companhia cria um musical e, como em qualquer dos seus trabalhos, olha para esta revisitação com a distância crítica que permite ir bem para lá de uma efeméride comemorativa e encomiástica, mas que é capaz de pensar o papel do teatro no seu tempo e na cidade que hoje habitamos.
Xtròrdinário
Teatro Praga10 a 18 maio
Segunda a sábado, 21h
domingo, 17h30
Conversa com os artistas:
domingo, 12 maio, após o espetáculo
moderação de Paula Magalhães, investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Sala Luis Miguel Cintra
2h15 com intervalo
€12 a €15 com descontos
M/14
domingo, 12 maio, 17h30
Descrição
1918
Inaugurado como Theatro D. Amelia e rebatizado de Teatro da República, é em 1918, com a morte do seu fundador e principal dinamizador que o São Luiz ganha o nome que ainda hoje tem. Nascido em 1850, Luís Braga Júnior era um empresário nascido no Brasil, filho de pais portugueses, que deu os primeiros passos no meio teatral do lado de lá do Atlântico e, já com fortuna criada, se mudou para Lisboa. Por cá, recebeu o título de Visconde de São Luiz Braga, dado pelo rei D. Carlos I, com quem mantinha boas relações. Ao Theatro D. Amelia, trazia as grandes estrelas internacionais da época, sobretudo as francesas, por muito se interessar pelo meio teatral parisiense. Uns viram-no como grande e generoso mecenas, outros como um empresário duvidoso e ganancioso… Depois da Implantação da República, muitos se referiam ao empresário como o Ex-Visconde de São Luiz Braga mas só em 1914, quando o seu Teatro fica reduzido a cinzas, Luís Braga Júnior se deixa abater. O incêndio revela-se um violento golpe na sua sanidade mental, levando-o a ser internado numa casa de saúde no Porto, onde morre em 1918.
Ficha Técnica
Criação Teatro Praga (André e. Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes e Pedro Penim) Atores André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Jenny Larrue, Joana Barrios, Joana Manuel, João Duarte Costa, José Raposo, João Caçador e Tiago Lila Bailarinos Adriano Vicente, Ana Moreno, Guilherme Leal e Jenny Larrue Participação Musical Fado Bicha Direção Musical João Paulo Soares Músicos António Santos (Trombone/Bombardino), Filipe Coelho (Trompete/ Fliscorne), Francisco Cardoso (Bateria/Percussão), João Paulo Soares (Piano), Nuno Fernandes (Baixo/Contrabaixo) e Paulo Bernardino (Clarinete/Saxofone) Coreografia Luiz Antunes Cenografia João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira Vídeo (concepção e edição) André Godinho Vídeo (concepção e edição) André Godinho Figurinos Inês Ariana e Nuno Braz de Oliveira Mestre Costureira Rosário Balbi Desenho de som e sonoplastia Miguel Lucas Mendes Desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção Assistente de Encenação Óscar Silva Ponto Lídia Muñoz Direção de produção Andreia Carneiro Produção Alexandra Baião Registo de vídeo Jorge Jácome Apoio à criação Centro Cultural Dr. Magalhães Lima e Estúdios Victor Córdon/Residências Artísticas Apoio Griffehairstyle, Guerlain e Museu Berardo Canções “O Rei do Zum Zum” e “Só Neste País” de Sérgio Godinho (originalmente estreadas no Teatro São Luiz no musical Portugal Uma Comédia Musical) apresentadas neste espetáculo com letras do Teatro Praga, gentilmente autorizadas pelo autor. Agradecimentos Bruno Bogarim, Câmara Municipal de Lisboa – Divisão de Ação Cultural, Carlos Pinto, Família Teodósio, Francisco Benevides, Ion Rotaru Flori, Maryne Lanaro, Mariana Sá Nogueira, Marcha de Alfama, Mário Rocha, Museu Berardo e ao seu Comendador José Berardo, Nuno Feist, Nuno Ferreira, João Tinoco e Sérgio Godinho. Uma encomenda São Luiz Teatro Municipal em coprodução com Teatro Praga