Sexta-feira é o último dos dias úteis do ciclo Sete Anos Sete Peças. O espetáculo fecha um ciclo menor dentro de um ciclo maior e Cláudia Dias chama como artistas convidados Vasco Vaz e Miguel Pedro e o ilustrador António Jorge Gonçalves. Depois, virá o fim-de-semana, Sábado e Domingo. A semana é inglesa. Mais ou menos: quem saberá contar as horas de trabalho dedicadas a este projeto? Imaginar os dias de descanso tornou-se um luxo. O valor do trabalho evapora-se com o ar de fim dos tempos que assombra o mundo. A ideia de fim do mundo ameaça paralisar a ação e o pensamento. Pior ainda, a ideia de “fim da história” faz acelerar a corrida para decidir quem será “o último homem”, quem entra e quem fica de fora da barca da história. Mas a história ainda se move, o tempo ainda avança, inexorável. Nesta Sexta-feira, Cláudia Dias junta-se com os mais próximos para fechar a semana e imaginar o futuro imediato. Talvez o fim deste mundo seja apenas o começo de um mundo novo.
No Teatro São Luiz, Cláudia Dias apresenta os cinco espetáculos do seu projeto Sete Anos Sete Peças, iniciado em 2016. Cada espetáculo, concebido com um parceiro ou parceira artística diferente, leva o nome de um dos dias da semana, seguido de um subtítulo, e faz a ligação entre artistas, pensadores, países e cidades, passado, futuro e presente, arte e ação política. O todo é maior que a soma das partes. Seguir cada peça e acompanhar a sequência é uma experiência diferente de ver cada uma delas, isolada ou alternadamente. Cinco peças mais uma, essa formada pelo todo; ou ainda inúmeras outras, resultantes das várias combinações possíveis e da coleção particular que cada um queira e possa fazer. No São Luiz, os espetáculos complementam-se com um ciclo de conversas e uma oficina do ilustrador António Jorge Gonçalves, responsável pelo desenho e grafismo dos livros deste projeto.
Conversas Dias Úteis – A arte da fuga
Moderadoras: Raquel Lima e Catarina Pires
Artista: António Jorge Gonçalves
Convidados: Paulo Pena e Sandra Faustino
Em Sexta-feira, a artista Cláudia Dias assume a voz do oráculo que anuncia o fim do mundo… ou então não. A nossa casa está a arder. O planeta azul está ameaçado. O perigo nuclear, as alterações climáticas, a digitalização da vida, do trabalho, das relações, as fake news, a arte e a criatividade cativas de processos egotrendy (ou então não), o avanço do neofascismo e do ódio e do neoliberalismo, velhos recauchutados que afinal talvez nunca tenham saído do comando. Mais uma vez o passado e o futuro em confronto e nós, espectadores, confrontados com a possibilidade de resistir e lutar. Como? É isso que vamos discutir com o artista António Jorge Gonçalves e pessoas convidadas.
O Teatro São Luiz informa que as conversas após espetáculos serão gravadas para posterior transmissão online.