Idioma: Inglês, com tradução simultânea em português
Simple Machines ou como ensinar robots a dançar… Ugo Dehaes, criador de robots-bailarinos, questiona a relação entre o homem e a máquina através do movimento, imaginando um futuro sem corpos humanos. Nesta conferência-espetáculo, explica-se como nascem os robots, desde casulos viscosos a máquinas brilhantes, e como podem ser treinados através da Inteligência Artificial até que um dia sejam capazes de criarem sozinhos um espetáculo de dança. O público senta-se com Ugo Dehaes à volta de uma grande mesa e é convidado a ajudá-lo a treinar as máquinas. O espetáculo termina com um vislumbre do futuro: um balé para robots-bailarinos sem a intervenção de um coreógrafo humano. Cada robot-bailarino tem a sua própria forma e o seu próprio conjunto de movimentos possíveis. A coreografia é construída em torno das suas possibilidades físicas únicas e dos dados gerados ao longo da performance. Ugo Dehaes traz também a instalação Arena, em que o público é convidado a interagir com oito robots e a ajudá-los a tornarem-se melhores bailarinos. Para isso, podem movimentar os robots, escolher os seus movimentos ou observar como estes evoluem.
Na criação dos seus espetáculos, Ugo Dehaes parte sempre do olhar do espectador. Em vez de lutar com conceitos complexos, questiona-se sobre o que gostaria de ver naquele momento no palco. Desta forma, partilha o seu próprio espanto e fascínio pelo movimento com o público. Ao concentrar-se nas histórias pessoais, transforma a sua própria inspiração inicial em algo reconhecível para todos, oferecendo ao público uma maneira diferente de ver o mundo. Anteriormente, as suas criações sóbrias, radicais, mas acessíveis, concentravam-se no poder da dança e dos bailarinos. Afinal, Dehaes é fascinado pelo corpo humano e pela pessoa que vive neste corpo. No entanto, optou por uma direção diferente nos últimos anos e alterou o seu foco para os robots. Ugo Dehaes questiona o quão radical se pode pensar em busca de eficiência e otimização da sociedade. Nascido em 1977, começou a dançar aos 18 anos. Durante um ano fez aulas de balé e seguiu dança contemporânea, com professores como David Hernandez, Benoît Lachambre e Saburro Teshigawara. Frequentou teatro na De Kleine Academie. Iniciou a sua formação em dança a tempo inteiro na P.A.R.T.S., a escola internacional para bailarinos e coreógrafos dirigida por Anne Teresa De Keersmaeker. Em 1998 começou a trabalhar como bailarino para a Meg Stuart/Damaged Goods. Durante três anos colaborou nas peças appetite e Highway 101. Em 2000 criou a companhia Kwaad Bloed, com Charlotte Vanden Eynde. A sua primeira peça, lijfstof, estreou no Kaaitheatre e fez uma digressão internacional por Viena, Salzburgo, Berlim ou Paris, entre outras cidades. A partir deste momento, Ugo criou regularmente novas coreografias. Desde 2018, mudou o seu foco e tornou-se um Coreógrafo das Coisas. Especializou-se em coreografias para objetos (robots, drones) e trabalha com jovens criadores. Fez a escultura em movimento Stalactiet (2018) para o Tweetakt Festival (NL); Forced Labor: Arena (2020), uma instalação com oito robots interativos; Forced Labor: Simple Machines (2021), uma conferência-espetáculo com pequenos robots; Runner (2020), um robot que auto aprende; Pickled Punks (2021), uma série de robots em frascos de formaldeído, encomenda de KIKK, e iniciou a pesquisa para LIMP, uma colaboração com o Prof. Geraint A. Wiggins (Computational Creativity) e Axiles Bionics (AI robotized foot-protheses). Além do seu trabalho coreográfico, também concebeu Coupure, uma escultura permanente e em movimento para a cidade de Bruges. Como membro da Flemish Young Academy, tem contacto direto com vários jovens cientistas e investigadores importantes na Bélgica. Tem dirigido vários workshops e masterclasses e trabalhou para vários artistas, entre os quais Stijn Grupping (Post Uit Hesdalen), Ehsan Hemat, Samah Hijawi, Stéphane Arcas, Sachiyo Takahashi, Emil Hrvatin, Arco Renz, Gisèle Vienne e Etienne Bideau-Rey, Kataline Patkaï, Nada Gambier, Antonin De Bemels, Heine R. Avdal, entre outros.