Se, há vinte anos, a primeira série de peças curtas de Sónia Baptista foi a do fim da juventude, esta segunda série de peças curtas é a do fim da idade adulta. Se a primeira série de peças curtas celebrava o verão desabrochante de desejo e possibilidades, esta marca o fim do verão, do cheiro do outono que vem, de mudanças que se adivinham, no corpo e no espírito, de um habitar um corpo que se transforma e um estado que se instala, que se aceita, que se acolhe. Na filosofia chinesa é observada uma quinta estação do ano, o verão tardio, um período expectante, de preparação para um novo estado, sereno e reconfortante. Na cronologia de vida de Sónia Baptista é aí que se sente, se revê, vivendo um verão tardio, preparando-se para a outra metade da vida, fisicamente, emocionalmente, artisticamente. Diz-se que o verão é nostálgico, que traz muitas memórias, memórias de outros verões. Estes pequenos poemas performáticos serão talvez, no fundo, postais de verão. Wish you were here…
25 novembro
após o espetáculo
SÓDIO
Leitura e conversa com Sónia Baptista, com a presença do editor João Pedro Azul
Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Neste livro, Sódio, cristalizado em fragmentos poético-discursivos, como escrevo logo na primeira página, ofereço pedacinhos da minha bagagem emocional, conservados, apurados, maturados, pelo sódio-sal que o atravessa, sob diversas formas. Sódio do corpo, sal da comida, sódio-sal das coisas e causas e causas das coisas.
— Sónia Baptista