Bem-vindo ao Teatro São Luiz!
A celebrar 130 anos, o São Luiz é hoje um Teatro aberto à criação artística nacional e internacional, ao pensamento e ao conhecimento. Lugar de intercâmbio de ideias, a sua programação faz-se de espetáculos de teatro, dança e música, projeções de filmes, debates e conversas. Integrado na EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural e pertença da Câmara Municipal de Lisboa desde 1971, o Teatro São Luiz assume um compromisso cultural, social e democrático com a cidade de Lisboa e com todas as pessoas que nela vivem ou a visitam. Com uma política de acessibilidade e de valorização do património material e imaterial e uma política de descontos alargada, procura um público diverso e plural, empenhando-se diariamente em acolhê-lo da melhor forma.
São três os palcos do São Luiz, em salas de características diferentes e capazes de acolher diferentes formatos. A Sala Luis Miguel Cintra, até 2016 nomeada como Sala Principal, tem arquitetura à italiana, sendo composta por primeira e segunda plateias, frisas, primeiro e segundo balcão, e camarotes. Concebida para grandes apresentações, tem uma lotação máxima de 683 espectadores, um palco amplo e dispõe de fosso de orquestra. Pelos seus dourados e vermelhos, o seu enorme e inconfundível lustre e o seu teto pintado, mantém o encanto de finais do século XIX com que o São Luiz abriu portas e deslumbrou a cidade em 1894.
A sala Mário Viegas, antigo Teatro-Estúdio, é a black box do São Luiz. Com um palco de dimensões mais reduzidas, tem uma plateia frontal com lotação máxima de 102 espectadores, passível de ser recolhida, de forma a criar um espaço mais amplo e único.
A sala Bernardo Sassetti, antigo Jardim de Inverno assim renomeado em 2017, é a sala mais versátil e informal do São Luiz. Com a possibilidade de ter um palco instalado, a sua lotação chega aos 270 espectadores. A luz natural, que entra pelas enormes janelas, a cobertura de ferro e vidro e, ainda, a pintura original do cenógrafo Luigi Manini tornam-na única entre todas as salas de espetáculos.
Preparadas para receber visitantes, espectadores ou artistas com necessidades específicas, as salas do São Luiz, assim como os espaços de circulação, têm vindo a ser pensadas para acolher todos os públicos, prolongando-se esta política para o exterior do Teatro, onde existe um lugar de estacionamento público para pessoas com mobilidade condicionada. A acessibilidade estende-se aos espetáculos apresentados no São Luiz, que têm sessões com interpretação em Língua Gestual Portuguesa e sessões com Audiodescrição.
Reaberto ao público a 30 de novembro de 2002, tal como hoje o conhecemos, o São Luiz Teatro Municipal tem mais de 100 anos de história desde a sua abertura em 22 de maio de 1894. Nesse ano, cumprindo um projeto do arquiteto francês Louis-Ernest Reynaud modificado em Lisboa por Emílio Rossi e com um fresco do cenógrafo Luigi Manini, foi inaugurado como Theatro D. Amélia, no dia do oitavo aniversário do casamento da rainha com D. Carlos I. A estreia fez-se com a opereta A Filha do Tambor-Mor, de Offenbach.
Dois anos depois, pequenos filmes começaram a ser projetados ao intervalo e no final da peça de teatro em cena, tornando-se o segundo espaço em Portugal (depois do Real Coliseu) a apresentar ao público português o cinema, à época chamado Cinematographo: A Photographia Animada. Eleanora Duse, Sarah Bernhardt e Palmira Bastos foram algumas das atrizes que fizeram furor nos palcos do São Luiz no final do século XIX e início do século XX.
Rebatizado como Teatro República com a implantação da República, em 1910, é praticamente todo destruído por um grande incêndio quatro anos depois, na noite de 12 para 13 de setembro de 1914. Como memória da tragédia, está ainda no palco da sala Luis Miguel Cintra a imagem daquele a que hoje se chama São Amianto, um adereço da peça em cena na altura que, diz-se, foi o único objeto salvo do incêndio.
Com um projeto de arquitetura de Tertuliano Lacerda Marques, o Teatro reabre dois anos depois. É em 1917 que Amélia Rey Colaço aqui se estreia e que aqui acontece, em abril, a I Conferência Futurista que contou com a presença de Almada Negreiros e de Santa-Rita Pintor.
Em 1918, morre o Visconde de São Luiz de Braga, e em 14 de abril desse ano, em homenagem a este seu grande dinamizador, o Teatro passa a chamar-se Teatro São Luiz. Palco de espetáculos de teatro, continua também a ser sala de cinema e é aqui que os portugueses veem, pela primeira vez, Metropolis, de Fritz Lang. Em 1930, torna-se uma das primeiras salas a equipar-se para a “era do Cinema Sonoro”. O primeiro filme sonoro português, A Severa, de Leitão de Barros, estreia-se a 18 de junho de 1931, no rebatizado São Luiz Cine.
É em maio de 1971 que o edifício é adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, ganhando a designação de Teatro Municipal São Luiz. Mantendo-se inicialmente como cinema, acolheu um desdobramento da companhia do Teatro Nacional D. Maria II e deu espaço a uma nova companhia residente, encabeçada por Eunice Muñoz e dirigida por Luiz Francisco Rebello.
Feita uma cedência de espaço, a Companhia Teatral do Chiado ocupa uma das salas a partir de 1991, batizando-a de Teatro-Estúdio Mário Viegas. Em 1999, o Teatro é sujeito a uma intervenção de grandes dimensões na zona do palco, camarins, plateia e zona de público, bem como de restauro, ficando com a imagem e as funcionalidades que hoje tem. Nestas mais de duas décadas, o São Luiz tem acompanhado a cidade de Lisboa na sua política cultural, querendo afirmar-se como um fórum onde o público pode ter um acesso diversificado, eclético e diferenciado a todas as artes.